EDITORIAL

 

E os Escritos completam 50 anos! Viva os Escritos!

 


Qual foi o impacto da publicação dos
Escritos, em 1966? O que você diria sobre a atualidade dessa coletânea no “debate das luzes”? Qual foi a sua forma particular de ler esses textos e “colocar algo de si”?

Derivas analíticas convidou colegas da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP-AMP), de outras escolas da Associação Mundial de Psicanálise (AMP), filósofos e universitários para comentar essas questões. Essa foi a maneira que encontramos de homenagear e celebrar os 50 anos de vida desse livro que marcou decisivamente nossas vidas. As respostas a essas questões, aqui reunidas sob o título “Dossier Escritos”, são testemunhos que confirmam aquilo que, de certa forma, já se sabia: ler os Escritos é um desafio que exige do leitor, antes de tudo, um outro regime de leitura, como lembra Ram Mandil.

Sempre associado aos Escritos, o nome de Jacques-Alain Miller é evocado pelos autores como aquele que soube extrair do texto lacaniano todas as suas consequências clínicas, políticas e epistêmicas. Tal extração, da qual nos lembra Miquel Bassols, encontra na fórmula de Laure Naveau – “Miller, passador de Lacan” – uma bela expressão.

A história da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP-AMP) se confunde, em alguns momentos, com aquela dos Escritos no Brasil. É o que podemos ler, por exemplo, nos relatos de Cristina Drummond e Angelina Harari. Cristina lembra que, bem antes da criação da EBP, os textos de Lacan eram lidos em Belo Horizonte, com a ajuda de professores do curso de filosofia da UFMG que haviam estudado na França ou na Bélgica; mais tarde, para ler os Escritos, recorria-se à versão espanhola da editora Siglo XXI. Foi somente em 1998, graças aos esforços e às contribuições de Angelina Harari, que a editora Zahar publicou, no Brasil, a versão integral dos Escritos.

Agradecemos a todos os colegas e amigos, psicanalistas ou não, que, de forma decidida, aceitaram celebrar conosco os 50 anos da publicação dessa obra excepcional que orientou e continua orientando tantas gerações de psicanalistas.

Nossos agradecimentos especiais a Guy Briole, Antonio Di Ciaccia, Célio Garcia, Jo Attié, Miquel Bassols, Elisa Alvarenga, Laure Naveau, Marcus André Vieira, Jeferson Machado Pinto, Pierre Naveau, Jean-Michel Rey, Cristina Drummond, Angelina Harari, Ram Mandil, Bernardino Horne e Gilson Iannini.

Agradecemos aos demais autores que com seus textos, resenhas, entrevistas e fotografias contribuíram para a composição deste número de Derivas: Daniela Dutra Viola, Laura Rubião e Frederico Feu (Seção Mathesis); François Cheng e Cleyton Andrade (Seção Aquele texto); Ruth Silviano Brandão, Cecília Lana, Mariana Siqueira, Amalia Robredo, Camila Nuic, Felipe Magalhães e Fabiana Campos Baptista (Seção Você disse contemporâneo?); Lilany Pacheco, Bianca Dias, Letícia Mello e Frederico Feu (Seção Resenhas, sinopses, etc. & tal). Un grand merci a Márcia Bandeira pela parceria na versão francesa do “dossier Escritos”.

Por fim, nosso muito obrigada ao arquiteto e artista plástico sino-americano, Zhang Gong, pelos ideogramas concebidos especialmente para representar alguns significantes lacanianos para esta edição da revista.

Boa leitura!

Yolanda Vilela

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